quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Capoeira

Alunos do 9°ano. Segue texto para leitura e estudos em sala.

História da Capoeira

Origem da palavra capoeira, cultura afro-brasileira, luta, funções sociais, como começou a capoeira, proibição, transformação em esporte nacional, os estilos


Raízes africanas 

A história da capoeira começa no século XVI, na época em que o Brasil era colônia de Portugal. A mão-de-obra escrava africana foi muito utilizada no Brasil, principalmente nos engenhos (fazendas produtoras de açúcar) do nordeste brasileiro. Muitos destes escravos vinham da região de Angola, também colônia portuguesa. Os angolanos, na África, faziam muitas danças ao som de músicas. 
No Brasil 

Ao chegarem ao Brasil, os africanos perceberam a necessidade de desenvolver formas de proteção contra a violência e repressão dos colonizadores brasileiros. Eram constantemente alvos de práticas violentas e castigos dos senhores de engenho. Quando fugiam das fazendas, eram perseguidos pelos capitães-do-mato, que tinham uma maneira de captura muito violenta. 


Os senhores de engenho proibiam os escravos de praticar qualquer tipo de luta. Logo, os escravos utilizaram o ritmo e os movimentos de suas danças africanas, adaptando a um tipo de luta. Surgia assim a capoeira, uma arte marcial disfarçada de dança. Foi um instrumento importante da resistência cultural e física dos escravos brasileiros.


A prática da capoeira ocorria em terreiros próximos às senzalas (galpões que serviam de dormitório para os escravos) e tinha como funções principais à manutenção da cultura, o alívio do estresse do trabalho e a manutenção da saúde física. Muitas vezes, as lutas ocorriam em campos com pequenos arbustos, chamados na época de capoeira ou capoeirão. Do nome deste lugar surgiu o nome desta luta.


Até o ano de 1930, a prática da capoeira ficou proibida no Brasil, pois era vista como uma prática violenta e subversiva. A polícia recebia orientações para prender os capoeiristas que praticavam esta luta. Em 1930, um importante capoeirista brasileiro, mestre Bimba, apresentou a luta para o então presidente Getúlio Vargas. O presidente gostou tanto desta arte que a transformou em esporte nacional brasileiro. 


Três estilos da capoeira 

A capoeira possui três estilos que se diferenciam nos movimentos e no ritmo musical de acompanhamento. O estilo mais antigo, criado na época da escravidão, é a capoeira angola. As principais características deste estilo são: ritmo musical lento, golpes jogados mais baixos (próximos ao solo) e muita malícia. O estilo regional, criado por Mestre Bimba, caracteriza-se pela mistura da malícia da capoeira angola com o jogo rápido de movimentos, ao som do berimbau. Os golpes são rápidos e secos, sendo que as acrobacias não são utilizadas. Já o terceiro tipo de capoeira é o contemporâneo, que une um pouco dos dois primeiros estilos. Este último estilo de capoeira é o mais praticado na atualidade. Porém é importante ressaltar que capoeira é uma só, a Capoeira de Angola, considerada a mãe dos outros estilos e mais próxima da capoeira jogada pelos escravos africanos.
Você sabia?

- Em 26 de novembro de 2014, a UNESCO (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura), declarou a roda de capoeira como sendo um patrimônio imaterial da humanidade. De acordo com a organização, a capoeira representa a luta e resistência dos negros brasileiros contra a escravidão durante os períodos colonial e imperial de nossa história.
- É comemorado em 3 de agosto o Dia do Capoeirista.
Fonte: https://m.suapesquisa.com/educacaoesportes/historia_da_capoeira.htm

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

CORPO, SAÚDE E BELEZA

Atenção alunos do 1º ano A e B.
Segue abaixo texto para leitura e discussão em sala.
Abraços.

No Ensino Médio percebe-se o impacto que certos modelos de beleza corporal, insistentemente propagados pelas mídias (televisão, revistas etc.), exercem sobre os alunos, que, com frequência, julgam-se obesos, querem emagrecer e tornar-se musculosos.

Para isso, aderem a regimes “milagrosos”, praticam exercícios de forma equivocada e eventualmente fazem uso de substâncias proibidas, como anabolizantes e remédios que inibem o apetite, com prejuízos para a própria saúde.

Sabemos que tais situações muitas vezes são compartilhadas pelos alunos com os professores de Educação Física. Basta prestar atenção às capas das revistas voltadas para o público adolescente e jovem (em especial para as meninas), à venda em qualquer banca de jornal, e constatar o que sugerem ou prometem explicitamente: “Emagreça comendo de tudo!”, “Defina seus músculos com apenas 15 minutos de ginástica!”, “Corpo novo em três meses!” etc. A personagem central das capas é sempre uma mulher jovem (raramente de etnia negra), bela, magra e sorridente, em geral trajando biquíni, fotografada das coxas para cima, em pose sensual.

Também as figuras masculinas são, em geral, homens jovens e brancos, às vezes com o torso nu e pernas expostas, para exibir uma musculatura bem delineada. No interior dessas revistas também sempre encontramos programas de exercícios ginásticos para diversos grupos musculares, com a promessa de “diminuir a barriga”, “endurecer o bumbum” etc., ou a sugestão de corridas, caminhadas e prática de esportes para “perder calorias” e, portanto, emagrecer. Percebe-se aí como o exercício físico não é associado à saúde ou ao bem-estar, mas a um modelo estereo tipado de beleza corporal caracterizado pela extrema magreza corporal.
Se calcularmos o índice de massa corpórea – IMC (peso dividido pela altura ao quadrado) das modelos e artistas estampadas nas capas, encontraremos valores muito baixos, que indicam magreza, às vezes abaixo do mínimo para que uma pessoa seja considerada saudável, além de estarem muito distantes da média nacional.

Todavia, para esculpir esse modelo corporal definido pelas mídias (para mulheres e homens) não basta apenas o exercício físico, nem mesmo conjugado com dieta. Exige também a intervenção cirúrgica (lipoaspiração, cirurgia plástica propriamente dita, próteses de silicone). Tudo isso, com o devido suporte
de supostas evidências científicas, aumenta o oferecimento de produtos e serviços associados à busca desse ideal de beleza corporal – massagens, cosméticos, equipamentos de ginástica domésticos, alimentos light e diet etc. – no contexto do chamado “mercado do corpo e do fitness”. Contraditoriamente, esse mercado convive em nossa realidade com bolsões sociais de pobreza e miséria, nos quais há ainda muitos brasileiros que passam fome!

Esse bombardeio de informações verbais e visuais fixa um modelo de beleza (o qual contribui decisivamente para a construção das representações sociais do corpo) e, ao propor os meios para alcançá-lo com facilidade ilusória, não mais nos dizem: “Você pode...”, mas “Você deve!”. É muito difícil resistir a essa pressão, e a partir de certo grau de adesão às práticas alimentares e de exercitação física sugeridas pode haver comprometimento da saúde, bem como constrangimento social decorrente da sensação de não atingir o padrão idealizado.
Tais referências externas dificultam o autoconhecimento, o reconhecimento das possibilidades do ser humano e seus limites tal como é, e restringem as possibilidades do Se-Movimentar em jogos, esportes, ginásticas, lutas e atividades rítmicas a certos objetivos muito específicos (emagrecer, delinear a musculatura etc.), empobrecendo seu potencial formativo. Em todos os canais de comunicação, e tambémnos espaços públicos, ditam-se as regras de cultivo do corpo. Dentre os exercícios físicos, difundiram-se a musculação, o fisiculturismo, as atividades de fitness. O corpo belo é aquele sempre “superdefinido”, “durinho”, sem celulite ou estrias.

Apesar dos avanços em relação à compreensão dos mecanismos pelos quais a alimentação e o exercício físico podem contribuir para aquisição e manutenção de níveis adequados de saúde, a busca por um determinado padrão de perfectibilidade da beleza impulsiona o consumo de produtos, de práticas e de recursos nem sempre compatíveis com esse propósito.
Diante da possibilidade (ou ilusão...) de obter resultados expressivos em curto espaço de tempo, muitos jovens passam a adotar condutas por vezes enganosas ou mesmo prejudiciaisà saúde, entre as quais se encontram as dietas “milagrosas” e o uso inadequado de suplementos alimentares.
Modificações drásticas na dieta que resultam em perdas acentuadas de peso em curto espaço de tempo são difíceis de serem mantidas.
Além disso, a perda de peso observada decorre principalmente da redução hídrica (perda de água), bem como da perda de tecido magro, permanecendo as reservas de gordura quase inalteradas, especialmente em virtude da diminuição na taxa metabólica de repouso (energia gasta para manter o funcionamento orgânico durante o estado de repouso).
Em verdade, programas saudáveis de emagrecimento preconizam que a perda ponderal não deva exceder 1% do peso corporal total por semana, evitando-se assim prejuízos na regulação metabólica, função imunológica,  integridade óssea e manutenção da capacidade funcional ao longo do envelhecimento.

Outros problemas que afetam frequentemente os alunos do Ensino Médio, diante do forte apelo social em favor de padrões de  beleza caracterizados pela magreza corporal, são distúrbios alimentares como a anorexia e a bulimia.

A anorexia nervosa, mais comum entreas meninas, caracteriza-se pelo desejo obsessivo de manter o peso corporal abaixo dos níveis normais para a faixa etária e estatura em virtude da preocupação excessiva com a
imagem corporal que se encontra distorcida, pois pessoas anoréxicas se percebem gordas apesar de sua magreza. Pela “magreza”, essas pessoas se mantêm em jejum por longos períodos e ingerem menos alimento que o necessário para manter o balanço energético, além de estimularem compulsivamente o maior gasto energético possível em sessões de exercícios.
A bulimia nervosa caracteriza-se por episódios frequentes de ingestão alimentar em excesso num curto período de tempo, quase sempre seguidos por jejum, uso abusivo de laxantes ou diuréticos, vômitos autoinduzidos, ou prática compulsiva de exercícios, numa tentativa de evitar o aumento de peso após o exagero alimentar.

Controle ponderal, níveis de atividade física e obesidade

A manutenção do nosso peso corporal obedece a um mecanismo regulador encarregado de equilibrar a ingestão alimentar (influxo e consumo calórico) com o custo energético (gasto calórico ou produção de energia). quando, por qualquer motivo, esse equilíbrio é rompido, ocorre modificação no peso corporal. Se a quantidade de calorias adquiridas pela alimentação ultrapassar aquela utilizada para atender as necessidades diárias de funcionamento do organismo (gastos com metabolismo basal, termogênese e atividade física), esse excesso será armazenado sob a forma de gordura no tecido adiposo, ocasionando aumento ponderal (ganho de peso corporal). Uma ingestão reduzida, por sua vez, associada a um maior gasto energético, promove a redução ponderal (perda de peso corporal).
A obesidade (acúmulo excessivo de gordura corporal, acima dos limites de normalidade esperados) é um fenômeno multifatorial complexo, mas se sabe que a alimentação e a falta de atividade física são fatores importantes, especialmente por sua relação com condições ambientais e aspectos comportamentais diversos.
A redução dos níveis de atividade física (hipocinesia) é um dos principais responsáveis pelo aumento excessivo de peso a partir do acúmulo de gordura nas reservas corporais.
Muitos estudos sustentam que o aumento da adiposidade, normalmente associado ao processo de envelhecimento, decorre principalmente do nível de atividade física, uma vez que as pessoas entram em sedentarismo progressivo com o passar dos anos.
A condição mais adequada para que se possa estabelecer um controle efetivo sobre o fenômeno da obesidade requer a associação entre exercícios e dieta. Em crianças e adultos moderadamente obesos, essa combinação oferece maior possibilidade de atingir balanço calórico negativo e, consequentemente, redução
da gordura e do peso corporal, comparada ao exercício ou à dieta isoladamente.

Livros
BOUCHARD, Claude. Atividade física e obesidade. São Paulo: Manole, 2003.
Reúne informações sobre a relação entre (in)atividade física e obesidade e sua influência sobre o estado de saúde, dando ênfase aos determinantes biológicos e comportamentais da obesidade, bem como à participação da atividade física na prevenção e tratamento dessa patologia em grupos diversos como crianças e adolescentes, adultos, idosos e gestantes.

CURY, Augusto. A ditadura da beleza e a revolução das mulheres. Rio de Janeiro: Sextante, 2005.
Alerta para um problema do mundo moderno – a ditadura da beleza, que mantém crianças, adolescentes e adultos tristes e frustrados. Parte da história de uma famosa modelo de 16 anos que, obcecada pela aparência física perfeita, tornou-se amarga e depressiva, e se submeteu a tratamento psiquiátrico.

GUEDES, Dartagnan P.; GUEDES, Joana E. R. P. Controle do peso corporal: composição corporal, atividade física e nutrição. Londrina: Midiograf, 1998. 
Expõe as causas e consequências do excesso de peso/gordura corporal, bem como aborda aspectos associados à orientação dietética e à prescrição de exercícios físicos com vista à prevenção e ao tratamento do sobrepeso e obesidade, com base em princípios que norteiam a elaboração de programas voltados ao controle do peso corporal.

MCARCLE, William D.; KATCH, Frank I.; KATCH, Victor L. Fundamentos de fisiologia do exercício. 2a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.
Destina o capítulo 13 à abordagem sobre a relação entre equilíbrio energético, exercício físico e controle do peso corporal, destacando a participação dos níveis de atividade física e da dieta no balanço energético e consequente interferência sobre a composição corporal e regulação do peso corporal associada à sua
redução ou ao seu aumento.

McARDLE, Willian D., KATCH, Frank I., KATCH, Victor L. . Nutrição para o desporto e o exercício. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.
Destina o capítulo 7 ao gasto energético durante o repouso e o exercício físico, no qual propõe estimativas para o dispêndio de energia, tanto em repouso quanto em diferentes atividades como caminhada, corrida etc. O capítulo 19 trata da relação entre obesidade, exercício e controle do peso, reforçando a importância do exercício e da dieta para a manutenção do equilíbrio energético.

POWERS, Scott K.; HOWLEY, Edward T. Fisiologia do exercício: teoria e aplicação ao condicionamento e ao desempenho. 3a ed. São Paulo: Manole, 2000.
Contém informações relacionadas à prescrição de exercícios voltados à saúde e ao condicionamento físico, além de destacar a influência de aspectos nutricionais sobre o estado de saúde, de acordo com sua interferência em relação à composição corporal, gasto energético e controle do peso.

SILVA, Ana Beatriz Barbosa Mentes insaciáveis: anorexia, bulimia e compulsão alimentar. Rio de Janeiro: Ediouro, 2005.
Trata das dificuldades das celebridades e anônimos com os transtornos alimentares, apresentando uma abordagem multidisciplinar e prática sobre o tema. artigos.

BETTI, Mauro. Corpo, cultura, mídiase educação física: novas relações no mundo contemporâneo. Lecturas: Educación Física y Deportes , Buenos Aires, v. 10, no 79, p. 1-9, 2004. Disponível em: . Acesso em: 11 out. 2007.
Este artigo objetiva analisar as relações entre mídias, cultura corporal de movimento e Educação Física no mundo contemporâneo.
MATTHIESEN, Sara quenzer Espelho, espelho meu... Existe alguém mais perfeita do que eu? Motriz, Rio Claro, v. 8, no 1, p. 25-6, abr. 2002. Disponível em: . Acesso em: 22 out. 2007.
O artigo aborda os excessos presentes hoje na relação com o próprio corpo, em busca de padrões de beleza e perfeição.

SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAçãO DE MINAS GERAIS. “Corpo ideal”: padrões impostos pela cultura. Orientações pedagógicas: Educação Física – Ensino 30 Médio. Disponível em: . Acesso em: 17 out. 2007.

Sites
SAÚDE EM MOVIMENTO: Disponível em: www.saudeemmovimento.com.br
Disponibiliza cálculo online de ingestão e gasto calórico diários.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Disponível em: www.ufpel.tche.br/~holanda/index.htm
Permite acesso a uma tabela (em Excel), na qual se pode verificar o valor calórico referente a 100 g de vários alimentos, ou à tabela o número de gramas e obter o total de calorias correspondente. 

Cooperativa do Fitness: . www.cdof.com.br
Disponibiliza o valor calórico referente a várias categorias de alimentos em quantidades diversas e cálculo on line do gasto calórico de várias atividades físicas.

Vitaminas & Cia: . 
Disponibiliza tabelas com grupos de alimentos reunidos por total de calorias fornecidas, indicando a quantidade de alimentos ingeridos e uma medida caseira equivalente, como por exemplo, duas colheres de sopa de algum alimento.

Instituto de Metabolismo e Nutrição