domingo, 30 de agosto de 2009

Ginástica Rítmica Especial no Brasil – Trajetória

Em 1978, inicia-se na APAE de Guaratinguetá o trabalho de Ginástica Rítmica coordenado pela professora Elisete de Andrade Leite (Professora Lili) Pelo que se tem conhecimento foi a primeira instituição com atendimento a crianças com deficiência intelectual a trabalhar Ginástica Rítmica no Brasil.
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (1988, p.57): Garantidas as condições de segurança, o professor deve fazer adaptações, criar situações de modo a possibilitar a participação dos alunos especiais.

“A Ginástica Rítmica é um conteúdo da Educação Física que, de forma planejada, pode ser explorada para todos, devendo ser adaptados os movimentos para as crianças com necessidades educativas especiais, sejam elas deficientes mentais,
visuais, auditivos ou físicos, reconhecendo as limitações dessas crianças e
descobrindo as potencialidades de movimentos das mesmas”( GAIO - 2008 p.17)

O primeiro grupo de alunas iniciantes era restrito, apenas 12 meninas, dentre elas algumas com deficiência auditiva. Era comum naquela época, as APAES atenderem também as crianças com deficiência auditiva.


“Desde o inicio do nosso trabalho com meninas com deficiência intelectual, a intenção de trabalhar a Ginástica Rítmica não era participar de competições e sim trabalhar movimentos desta modalidade que contribuíssem com a maturação motriz das alunas. As formas básicas do movimento: andar, correr, saltar, saltitar, molejar e impulsionar e suas características dinâmicas; lançar, aparar, quicar, bater, balançar, correr, rolar as quais são encaradas como naturais e espontâneas para a criança, melhora consideravelmente as habilidades motoras das mesmas.” (LEITE,2008)
Apesar de ser um trabalho de iniciação da modalidade em nenhum momento a Ginástica Rítmica foi descaracterizada, ainda que respeitando os limites e níveis de habilidades de cada uma das meninas.
“Muitas meninas com Deficiência Mental, quando estimuladas se identificam com a Ginástica Rítmica por ser uma arte dinâmica, criativa e natural que envolve: Movimento corporal, Manejo de Aparelho e Música.(”LEITE.2008)
O lúdico sempre estava presente nas aulas, com materiais alternativos: lenços, pandeiros, faixas, bastões, bandeiras, cocos. Estes elementos alternativos é que nos dão base para a introdução futura dos aparelhos oficiais da Ginástica Rítmica.
“A vantagem do trabalho lúdico é que o prazer conferido pela atividade é muito motivante e estimula a criança a superar dificuldades que normalmente não superaria em outras circunstâncias” (FREIRE, 1994)

Aparelhos: Os aparelhos usados pelas meninas com Deficiencia Intelectual são os mesmos da FIG, porém adaptados em tamanho e peso de acordo com a estatura e habilidades das atletas especiais.
Regras As regras para essas competições são adaptadas da FIG, porém respeitando os níveis e as habilidades das atletas com Deficiência Intelectual,
O aparelho fita, sempre foi o preferido das alunas. Hoje já não ocorre o mesmo, as meninas têm preferência por outros aparelhos, a exemplo da bola que atualmente é muito solicitado por elas.

Desde o inicio do trabalho, sempre que convidadas as alunas da APAE de Guaratinguetá participavam de apresentações em escolas, eventos da cidade, abertura de jogos especiais, etc.
No ano de 1987, o Brasil é convidado a participar da Specyal Olympcs Games nos Estados Unidos, e na delegação Brasileira havia uma única vaga para Ginástica Rítmica. Foram convidadas todas as Apaes para que enviassem atletas de G.R afim de que se oficializasse uma seletiva no Ginásio do Ibirapuera em São Paulo para que fosse escolhida a atleta que representaria o Brasil nos Estados Unidos. Porém apenas a APAE de Guaratinguetá se apresentou e foi selecionada a atleta Ana Maria de Jesus. Foi também o primeiro ano que a Specyal Olympcs realizou esta modalidade como competição, portanto para incentivar a modalidade foi permitido que a as atletas de Ginástica Olímpica participassem da G.R. Ana Maria de Jesus que também praticava Ginástica Olímpica, competiu nas duas modalidades . Especificamente na G.R competiu com o aparelho Fita em uma série obrigatória e uma série livre

Com a repercussão da participação deste evento internacional e medalhas conquistadas pela atleta, finalmente em 1990 realiza-se a primeira competição Oficial de G.R na Olimpíada Estadual das APAEs e Escolas especializadas na Cidade de Santa Bárbara do Oeste ( São Paulo ).
Como primeiro evento oficial de G.R. para meninas com Deficiência Intelectual, foi muito relevante e teve uma repercussão muito grande. Esta 1ª competição foi realizada à noite para que todas as pessoas envolvidas naquela Olimpíada, técnicos e atletas, independente de sua modalidade, pudessem assistir conhecer e reconhecer esta nova modalidade como competitiva. A partir daí a APAE de Guaratinguetá, torna-se referência quanto a esta modalidade, para contribuições em orientações nos treinamentos de outras meninas, seminários e colaborações quanto a execução de regulamentos para as próximas competições.

No ano de 1996, a Associação Brasileira de Desportos de Deficientes Mentais (ABDEM), através das ARDEMs ( Associação Regional de Desportos de Deficientes Mentais, também inclui a Ginástica Rítmica em seu calendário de competições. Realizaram-se então competições para selecionar doze atletas do estado de São Paulo para participar do I Campeonato Especial Internacional de Ginástica Rítmica do Chile no período de 08 a 15 de setembro de 1997. Das atletas selecionadas quatro eram de Guaratinguetá


A Specyal Olympcs no Brasil realizou sua primeira competição de Ginástica Rítmica, no ano de 1987, porém somente no ano de 1998, é que deu continuidade a este trabalho. No ano de 1999, novamente A Specyal Olympcs disponibilizou uma única vaga para a Ginástica Rítmica, nos Jogos de Verão que aconteceu nos USA no Estado da Carolina do Norte. Neste ano tivemos então a Atleta Daniela Mara Siqueira de Oliveira da cidade de Guaratinguetá, concorrendo em quatro aparelhos (corda, arco, bola e fita) com séries obrigatórias, uma série livre para a qual escolhemos o material bola e finalmente direito a competir all around que significa que quando a atleta cumpre as séries com os quatro aparelhos e mais uma série livre com material também de livre escolha, concorre também a esta sexta medalha que seria a somatória de todas as provas.

A próxima participação importante de atletas brasileiras na Specyal Olympcs foi no ano de 2006 nos - I Jogos Latino Americano das Olimpíadas Especiais-El Salvador no qual tivemos a participação de 2 atletas da cidade de Guaratinguetá – S.P ( Janaina Alves Terra Detinermani e Jaqueline Carneiro de Oliveira e duas atletas da cidade de Aparecida – S.P Crislaine Nogueira da Silva e Diana Aparecida Raimundo, as quais fizeram uma excelente participação receberam medalhas nos quatro aparelhos (corda, arco, bola e fita ).A participação das mesmas foi somente em séries obrigatórias pois participaram do nível I , de iniciantes na G.R que pelo regulamento não é permitido participar de séries livres.

A exemplo de resultados positivos da Ginástica Rítmica destaca-se a atleta Regiane Barroso. Menina de família humilde, criada apenas pela mãe que é doméstica. Regiane iniciou como aluna na APAE de Guaratinguetá no ano de 1993. Menina tímida, sempre calada. Interessou-se e se identificou com a Ginástica Rítmica. Por muitos anos foi atleta de destaque da APAE em Competições Regionais, Estaduais e Nacionais. No ano de 1999, em uma das apresentações em um Festival de Academias de Guaratinguetá, Regiane foi convidada a participar das aulas de Ballet clássico, pela proprietária da Academia Corpo e Cia, Giselda Maria Rebello de Carvalho. Este convite partiu de um olhar não de caridade, porém de olhar de oportunidades à competência de habilidades que esta menina apresentou através de um trabalho da Ginástica Rítmica.


Competições Internacionais com participações de atletas com Deficiência Intelectual do Brasil

1987 – Specyal Olympcs Games-Jogos Mundiais de Verão - South Band ( U.S.A)
( 1 Atleta do Brasil ) Técnica - Elisete de Andrade Leite
1997- I campeonato Internacional de Ginástica Rítmica –Maipu –Chile
(12 atletas do Brasil) Técnica das 4 atletas de Guaratinguetá : Elisete de Andrade Leite
1999- Specyal Olympcs Games –Jogos Mundiais de Verão - Carolina do Norte ( U.S.A) ( 1 Atleta do Brasil ) Técnica Eçlisete de Andrade Leite
2006- Specyal Olympcs - I Jogos Latino Americano das Olimpíadas Especiais-El Salvador – ( 4 Atletas do Brasil ) Técnica : Elisete de Andrade Leite


“A competição na vida dessas meninas é muito importante, pois dá a elas oportunidades de fortalecer seu caráter, desenvolver suas habilidades físicas e motoras, demonstrando seus talentos e potenciais. É um momento único na vida delas onde a família tem oportunidades de assistir resultados do trabalho desenvolvido e reconhecer o quanto sua filha é capaz.” (LEITE-2008)




Texto adaptado do TCC ( Curso de Pós Graduação da Universidade Estadual de Campinas 2008 ) de
Elisete de Andrade Leite, PEB II- Educação Física da E.E.Dr. Flamínio Lessa
D.E. Guaratinguetá

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

COMO RECONHECER A DESIDRATAÇÃO

Saiba como identificar os principais sinais de desidratação durante a prática de atividades físicas
Fonte: GSSI (Gatorade Sports Science Institute)
A maioria dos praticantes de atividade física não percebem o quanto realmente suam. E nem a rapidez com que podem se desidratar. Ainda que as pessoas transpirem de maneira diferente, a perda de líquidos pode causar problemas para todas as pessoas fisicamente ativas. Se os líquidos e os sais minerais perdidos com o suor não forem repostos de maneira correta, a desidratação e a fadiga precoce são inevitáveis.
Como isso não demora muito para acontecer, é importante que os praticantes registrem seu peso corporal antes e após os exercícios intensos. Mesmo a perda de 2% dos líquidos corporais pode comprometer seriamente o desempenho, causando fadiga e afetando as habilidades cognitivas. Os sinais de advertência da desidratação incluem:
- Dor de cabeça
- Fraqueza- Fadiga
- Vertigem
- Irritabilidade
- Cãibras musculares
- Tontura
A desidratação, além de prejudicar a performance física, aumenta o risco de lesão e o risco de doenças provocadas pelo calor.
Portanto, atente aos sinais de advertência do corpo e acrescente na sua rotina de exercícios a ingestão de repositores hidroeletrolíticos.Se os sintomas persistirem, ou incluirem desorientação, ondas de calor, calafrios, vômitos, náuseas, e/ou alteração da consciência, requerem atenção médica.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Sejam Bem Vindos


Olá, sejam todos bem vindos às aulas, espero que estejam animados para o caminho que ainda nos resta.
É necessário que tomemos muito cuidado para não sermos surpreendidos pela gripe A H1N1. Bom retorno e boa sorte.